Parido Comunista Português
Avanteatro

Avanteatro

Aqui não houve fascismo. Houve outra coisa. Dizem.

Aqui houve um regime repressivo, autoritário, mas revela uma grande falta de rigor atribuir o nome de fascista. Dizem.

Aqui houve prisões, mortes, perseguições, polícia política, mas nada que se compare com o que aconteceu noutras paragens. Dizem.

Aqui, ou mais além, houve guerra colonial, mas o que deve ser sublinhado é a missão civilizadora do Grande Portugal, e a ingratidão dos outros é só mais um sintoma do seu atraso económico e mental. Dizem.

Se não percebemos o que neste país se passou, e durante quanto tempo passou, arriscamo-nos a não entender nada do que se passa. O que se passou perdura, e forma a identidade de um país e de um povo.

Para a identificação de um país, e para o delinear de futuros possíveis, o teatro tem uma palavra a dizer.

Olhares diversos e retrospectivas do quotidiano dos portugueses. Por teatro feito por portugueses.

A pobreza, a fome, o medo, a condição e a luta das mulheres, as eleições do regime, o movimento sindical, as greves, a emigração, a tropa, a guerra colonial, a PIDE, a prisão e a tortura, as manifestações, as lutas, a igreja e o estado, os estudantes, a oposição, a descoberta do Teatro...a liberdade a (não) passar por aqui!

Fascismo e identificação de um país — poderia ser o mote do Avanteatro 2018.

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