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Como se escreverá uma história de amor, de um amor que perdura no tempo, preenche uma vida até ao seu crepúsculo e que nunca acabará para aquele que ainda guarda o passado?
Esta história de amor não se inspira a partir da morte heróica de Romeu e Julieta, mas sim na vida comum de um velho casal para quem o amor se consumou numa vida de sorrisos.
A morte de um assombra de solidão a vida do outro. Uma solidão cuja força das lembranças dá vida a fantasmas que não desistem de amar os que ficam, zelosos anjos de guarda, invisíveis amantes cujos beijos são feitos de vento. Aquele que partiu é agora invisível, porém a sua alma abençoa e habita o ar de quem o amou, aguarda o reencontro sabendo que a vida continua para quem fica.
A solidão e o envelhecimento é um tema recorrente nas peças do “teatro só”, porém as personagens não são tocadas pelo desespero, mas pela reflexão dos gestos e pela gratidão da memória. Não há melhor palavra para definir este trabalho do que a palavra “recordação”, cuja origem francesa “re- cour” significa simplesmente recordação, ou seja, fazer passar pelo coração uma vez mais.
Encenação, Dramaturgia: Sérgio Fernandes | Actores: Ana Gabriel, Cátia de Almeida Santos, Sérgio Fernandes | Composição Musical: Ferdinand Breil | Figurinos: Ana Baleia | Técnicos: João Veiga, Spiros Paterakis | Assistente de Produção: Maya Kempe | Cenários: Eddie Dorner, Luis Lino | Design Gráfico: Mula Estúdio