Teatro é Liberdade
Liberdade! Liberdade! – Quero-te mais do que à morte. Quero-te mais do que à vida
Conversa de Teatro
Sábado, 7
18:00, /ampAvanteatro
Foi assim
Há um poema de Ana Luísa Amaral em que ela diz:
«Hoje tentei de novo ouvir
tão hesitante como deve ser
os assuntos escuros do teatro
onde moramos todos». 1
No teatro trata-se de assuntos escuros.
Violência, guerra, indignidade, exploração.
E neles moramos todos.
Moramos todos num teatro, neste teatro.
Mas, no meio da escuridão, pode cintilar uma luz,
pequenina, mas persistente e invencível,
e essa luz representar uma promessa de liberdade.
Primeiro como um rumor.
Depois como um clamor.
Por fim, como um tambor.
Ou melhor: como um furor ou deflagração, uma explosão-revolução.
Como há cinquenta anos.
Liberdade — aquela sobre a qual José Afonso disse:
«Quero-te mais do que à morte
Quero-te mais do que à vida». 2
1 Ana Luísa Amaral, «Carta a Lídia sobre a poesia que se achou perdida», What’s in a Name, Porto, Porto Editora, 2017, p. 40. 2 Versos
da canção «A Presença das Formigas», do álbum Coro dos Tribunais, de Dezembro de 1974.