Magano

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Música


Sexta-Feira, 6

21:00, Palco Raízes

Há quatro anos, a paixão pelo Cante Alentejano uniu três músicos: Sofia Ramos, Nuno Ramos e Francisco Brito, cada um com as suas influências e referências musicais próprias. Juntos chamam-se Magano, e dão uma nova expressividade a esta música que é  Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Não foi, no entanto, no Alentejo que se conheceram. Aliás, a primeira vez que tocaram foi bem no centro de Lisboa, no Cais do Sodré, no espaço Povo. Sofia, que tem no fado a sua expressão musical de referência maior, encontrava-se em residência artística neste espaço e, incentivada a explorar outros géneros musicais que não o fado, decidiu convidar Francisco, que tinha conhecido num espetáculo no Teatro do Bairro, para tocar uma moda alentejana. No entanto, faltava qualquer coisa, apesar do bom resultado inicial. Como Nuno, na mesma altura, já andava a fazer alguns arranjos para modas alentejanas, juntou-se ao projeto. As duas vozes e o contrabaixo começaram a fazer experiências com outras modas neste formato e, assim, nasceram os Magano.

Para o trio, o Cante Alentejano tem algo especial, comum a toda a música tradicional. É uma forma de expressão muito verdadeira e, por isso, com um grande peso emocional. Nuno e Sofia têm uma ligação quase umbilical ao Cante uma vez que, apesar de não serem alentejanos, desde muito cedo tiveram contacto com esta música, muito por “culpa” do avô, que fez parte do grupo coral Safara.

Simultaneamente, Sofia desde os seis anos que se dedicou ao fado, não esquecendo o momento em que recebeu o seu primeiro disco de Amália Rodrigues. Ainda hoje canta em várias casas de fado de Lisboa. Já Nuno, além do Cante, também colaborou em projetos que vão do rock à música eletrónica. Francisco vem de outro “mundo”, o do jazz, mas a música tradicional sempre foi um dos seus grandes interesses. A relação com o Cante tornou-se, assim, intuitiva e natural.
Depois de concertos, ensaios e muitos encontros, Sofia, Nuno e Francisco lançam o primeiro EP dos Magano, em 2016. Com este primeiro disco mostraram o trabalho que andavam a desenvolver e a receção foi ótima, com muitos fãs a comprar o EP no final dos concertos e a alcançar números de visualizações dos seus vídeos que consideravam impensáveis.

Desde então viveram momentos marcantes na estrada a mostrar o que valem os Magano.
Concertos como o do 25 de Abril no Porto ou no Melides Art Fest, onde tocaram rodeados de grupos corais, ficaram na memória.

Lançaram agora o seu primeiro álbum, e com este trabalho pretendem fazer chegar o Cante mais longe, dando-lhe uma nova sonoridade, mas mantendo a integridade que torna esta música tão especial.

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