Foi assim
«Erasmo era cristão, mas sabia ver as falhas que existiam no fanatismo religioso, na opressão da igreja católica e o seu mundo de corrupção de que foi um ponto alto e inconcebível a invenção das Indulgências! Uns papéis que eram vendidos para absolver dos pecados quando chegasse o Juízo Final! Ele denunciou essa prática, que depois Lutero imitou e deu origem à cisão Protestante.
Claro que este teólogo e pensador criticava também muitos comportamentos e pensamentos da sociedade, não só do seu tempo, mas de abrangência Universal e atemporal. E como verdadeiro homem do Renascimento, construiu um humanismo de raiz cristã, unindo a sabedoria da Antiguidade com a ética do Cristianismo, que combatia a hipocrisia de cristãos que cometiam erros e diziam que a culpa era do Diabo!
Este novo homem do Renascimento tinha confiança em si próprio, conquistada com uma luta que o transformou no grande instrumento da sua época, livre de ter como único socorro a graça divina. Fugia do medo e do pessimismo e olhava o futuro com optimismo, confiando na sua acção, no seu livre-arbítrio. E como não era fanático, compreendeu sempre que um ateu é preferível a um falso cristão, como já disse o Papa Francisco.
Foi o "homem Europeu", cidadão do mundo que espalhou a sua mensagem pela Flandres, onde nasceu, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Suíça, onde terminou os seus dias também fugindo à Inquisição.
Entre as muitas amizades que criou é de realçar Thomas More, autor de "Utopia" e a quem ele dedicou a obra-prima " O Elogio da Loucura", cuja agudeza satírica e coragem continuam a ser um bálsamo para os nossos tempos.
Talvez fosse de começarmos a pensar num Neo-Renascimento.»
Hélder Mateus da Costa
Ficha:
Texto: Erasmo de Roterdão
Espectáculo de: Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra
Elenco por ordem de entrada em cena: Sérgio Moras, Mia Henriques,
Elenco por ordem de entrada em cena:
Sérgio Moras, Mia Henriques, Matilde Cancelliere, Vasco Lello, Teresa Mello Sampayo, João Teixeira, Adérito Lopes, Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto, Samuel Moura.
Música Original: António Victorino de Almeida
Execução Musical: Mia Henriques
Desenho de Luz : Vasco Letria
Cartaz e Design Gráfico: Maria Abranches
Operação de Luz e Som: Ruy Santos e Ricardo Silva
Guarda-roupa: Elza Ferreira
Modista: Alda Cabrita
Produção: Inês Costa
Fotografia: Maria Abranches