Foi assim
«Há memórias que me acompanham desde a infância, mas nesse tempo eu não tinha um enquadramento para elas. Lembro-me do meu pai e de outros homens que se encontravam por causa de uma guerra que eu, em criança, desconhecia. Contavam episódios desconexos, alguns sussurrados.
Com a recordação destes episódios veio a ideia de que os corpos transportam memórias. O que ficou da Guerra Colonial no corpo do meu pai? Por que é que o seu corpo parece trazer, por vezes, memórias silenciadas? Através de uma narrativa revelando episódios da vida do meu pai que passou pela Guerra Colonial, investigo esta ideia de corpo como lugar de memórias.»
Rita Neves
Ficha:
Conceito e direcção: Rita Neves
Criação, texto e interpretação: Patrícia Couveiro, Rita Neves
Desenho de luz e sonoplastia: Gonçalo Alegria Fotografia e vídeo Mafalda Mendes
Apoio à dramaturgia: Rui Pires
Aconselhamento artístico: Vânia Rodrigues
Apoio ao movimento: Sofia Neuparth
Concepção plástica do espectáculo e apoio aos ensaios: Tiago Vieira
Apoio aos figurinos: Luís Godinho
Comunicação: Álvaro Machado
Produção Xana Lagusi | Rui Pires
Duração: 80 min.
Idade: M/16
Rita Neves é actriz e criadora, formada no CENDREV e na Escola Superior de Teatro e Cinema. Colaborou com O Teatrão, Comédias do Minho, e Tiago Vieira e Margarida Bento, criadores do espaço Latoaria. Em 2019 integrou A Sacalina, de Tiago de Faria, a partir do universo biográfico de Tchekhov. Corpo Suspenso é o início da sua investigação sobre o corpo como arquivo, a sua segunda criação após Brel como num Sonho.
Patrícia Couveiro é criadora desde 2004 e realizadora desde 2012. Foi criativa publicitária. Artista residente do espaço Latoaria, criou A Impermanência das Coisas, Templo Dourado e integra a co-criação da performance anual Circo de Natal. Como realizadora destaca-se a série documental O Coro e a curta A Praia da Amália, exibidas pela RTP2.
Conversa com o público no final do espectáculo.