Foi assim
Helena dispõe os ingredientes sobre a banca e deita mãos à obra: preparar uma última refeição para Bert. Escolheu fazer-lhe frango na púcara com temperos à Mãe Coragem. Assim começa este monólogo interpretado por Maria João Luís, escrito por António Cabrita e encenado por António Pires. Enquanto cozinha, Helena vai discorrendo sobre a sua vida com Bert: as grandes alegrias por partilharem de um transcendente sonho teatral e por se confiarem incondicionalmente no palco, numa sintonia que os levou ao êxito, e por outro lado o sofrimento com as traições conjugais, o carácter de pinga-amor do Brecht e a sua noção alargada de "família"; a dureza da vida no exílio; o difícil regresso a Berlim e o seu papel de "mãe" para manter Bert no equilíbrio propício às suas necessidades criativas. Bert já está no caixão, mas ela ficou de responder à morte na manhã seguinte, para o substituir ou não, enquanto nesse caso, a Morte o ressuscitaria. Em desespero, resolve fazer o prato que Bert mais gostava e que considerava digno de ressuscitar um morto - talvez assim ela não precise sacrificar-se, pensa.
Ficha:
Texto:António Cabrita;
Encenação: António Pires;
Interpretação: Maria João Luís;
Cenografia: José Manuel Castanheira;
Composição e Direcção Musical: João Lucas;
Desenho De Luz: Pedro Domingos;
Fotografia: Alípio Padilha
Produção Executiva: Diana Especial;
Assistência de Produção: Filipe Gomes;
Direcção de Produção: Pedro Domingos
Coprodução: Teatro Da Terra, Casa Das Artes De Vila Nova De Famalicão, Teatro Municipal De Bragança, São Luiz Teatro Municipal
Duração: 1h15 (aprox.) M/12