A ESCRITA EM PESSOA
À conversa com Kalaf Epalanga
Debates
Sábado, 7
Músico, cronista e editor discográfico. Nasceu em Angola, mudou-se para Lisboa, acabou por ficar numa altura em que crescia a música urbana feita em português, tendo participado em projectos com Sara Tavares, Sam The Kid, Type, Nuno Artur Silva, destacando-se do seu trabalho musical a banda Buraka Som Sistema.
Autor de Estórias de Amor para Meninos de Cor (2011, integrado no Plano Nacional de Leitura), O Angolano que Comprou Lisboa (2014) e Também os Brancos Sabem Dançar (2018). Cronista em várias publicações, os seus textos abordam sobretudo a cena juvenil e musical em Lisboa, com particular destaque para os afrodescendentes. Neste último livro, o primeiro romance, aborda, além da história da música angolana, questões como identidade, imigração africana em Portugal e a condição da Europa hoje.
Usa o nome Epalanga como homenagem ao avô, que com o início da luta contra o colonialismo se tornou marxista, integrou o MPLA e veio a ser governador de uma vila da Catumbela. Sobre Angola, diz que está «a sofrer as sequelas desses mais de 30 anos de guerra civil. Não houve transição nenhuma, do colonialismo passou-se para a guerra civil. Pela primeira vez as pessoas estão a respirar, a respirar num pós-guerra que é também traumatizante. O mundo à nossa volta não ficou à nossa espera».
Tem circulado por vários festivais literários do país e do mundo, tendo sido um autor em destaque na edição de 2019 da Festa Literária Internacional de Paraty.