Teatro

Amor de Dom Perlimpim com Belisa em seu jardim

Teatro da Terra


Domingo, 3

21:00, Avanteatro

Foi assim

A incompreensão é o motor da vida, da obra e da morte de Lorca. Artista da tragédia, encontrou na incompreensão mútua dos géneros masculino e feminino, o ponto de partida para esta inclassificável trama poética. Ele próprio chega a escrever a propósito de Amor de Dom Perlimplim..., que se trata de uma obra grotesca, uma farsa que termina em tragédia. O velho e a jovem sensual, infantil e facilmente manipulável, são antes de mais um jogo de contraste, repetido na relação de Dom Perlimplim com a sua criada, para acentuar a comicidade das cenas iniciais, ampliadas ainda pela reprodução da imagem estereotipada da mãe de Belisa. Dom Perlimplim homem de meia idade, abastado, mas inexperiente nos negócios do amor, deixa-se convencer pela sua criada a casar com uma jovem muito mais nova, sua vizinha. Belisa é manipulada pela mãe para alinhar num casamento de conveniência, sem a paixão que cultiva com um correspondente anónimo. A viúva, cuja única preocupação é assegurar a sua estabilidade económica, alicia a filha para um casamento recheado, com a possibilidade de atrair outros homens, augurando a infidelidade da filha. Dom Perlimplim não acredita no futuro da sua relação com a mulher, e desiludido dispõe se a morrer por ela, revelando ser ele o amante anónimo por quem Belisa se apaixonou, para grande infortúnio desta. Lorca quer o drama no público, não nas personagens, cujos traços característicos são habilmente desconstruídos, para que a nossa percepção se debata com a visão de um mundo à frente do seu tempo, que o poeta projecta. A montagem do Teatro da Terra transporta para a contemporaneidade os temas universais e intemporais do amor e da traição.

Ficha

Texto: Federico Garcia Lorca
Tradução: Eugénio de Andrade
Encenação: Maria João Luís
Com: António Simão, Filipa Leão, Marina Albuquerque, Rita Rocha Silva Teresa Faria, Teresa Tavares e o músico José Peixoto
Cenografia: José Manuel Castanheira
Composição e direcção musical: José Peixoto
Figurinos: Cláudia Ribeiro
Desenho de luz Pedro Domingos
Assistência de encenação, produção executiva: Diana Especial
Operação de luz e som: Lucas Domingos
Assistência de produção: Filipe Gomes, Sónia Guerra
Direcção de produção: Pedro Domingos
M/12
Duração aproximada: 70 min.
O Teatro da Terra é parceiro do Município do Seixal e é uma Estrutura Financiada pela República Portuguesa | Cultura – Direcção-Geral das Artes

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