De Marius von Mayenburg

Encenação: Toni Cafiero

Intérpretes: André Pardal, João Farraia, João Tempera, Maria João Falcão

Um inventor ao serviço de uma multi-nacional fica abalado com a notícia de que não será ele a deslocar-se ao próximo congresso para apresentar o seu mais recente invento. É demasiado feio, diz-lhe o patrão. Lette, assim se chama o protagonista desta parábola moderna, corre para a sua própria mulher, que lho confirma: é feio como a Morte. Acto contínuo, recorre-se à cirurgia plástica, e Lette recai nas graças da lógica empresarial da beleza. O pior é que o cirurgião que o opera gosta tanto do resultado que começa, em série, a criar duplos de Lette. No fundo, alega o médico, foi ele quem o criou. E não é preciso especular muito para adivinhar que, à medida que os sósias de Lette abundam, o seu valor comercial cai para níveis catastróficos – enquanto a sua mulher se entretém, confundida, indo para a cama com uma quantidade considerável de sósias do seu marido.

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