Espaço Central
No «coração da Festa» pulsa a alternativa
Quinta, 13 de Agosto de 2015
Elemento incontornável na Festa do Avante!, o Pavilhão Central funciona, durante três dias, como um autêntico salão de visitas do PCP. Ali é possível conhecer melhor os comunistas e o seu Partido, o seu passado e presente de luta, as propostas e objectivos para a actual etapa e o seu ideal e projecto revolucionário de transformação social e construção da sociedade sem classes antagónicas.
É justamente com esses propósitos que, este ano, o Espaço Central dedica parte do seu conteúdo a momentos marcantes da resistência e avanço dos povos: no contexto internacional, a derrota da expressão mais violenta do capitalismo na sua fase imperialista – o nazi-fascismo; no quadro nacional, a luta do povo português pela consolidação da liberdade e da democracia conquistadas com o 25 de Abril de 1974, pelo progresso social e económico nas condições proporcionadas pela revolução. Batalhas nas quais os comunistas assumiram a primeira linha e foram os mais coerentes promotores da unidade, da verdade e da prática coerente.
No ano em que se assinala os 70 anos da vitória sobre o nazi-fascismo, no Espaço Central evoca-se a efeméride lembrando as causas fundas da ascensão da barbárie hitleriana, a quem servia e a quem era dirigia – à URSS, primeiro Estado de operários e camponeses do mundo, e ao movimento operário e popular que, animado pelo exemplo da pátria do socialismo, reforçava a sua influência e alcançava conquistas civilizacionais.
Na evocação sublinha-se, ainda, a arquitectura mundial edificada no pós-guerra, a qual permitiu o surgimento de novas nações e prometeu um futuro de paz. Esse equilíbrio de forças e resolução pacífica de diferendos tem vindo a ser destruído e espezinhado pelo capitalismo dito triunfante mas envolto em contradições insanáveis, as quais procura ultrapassar semeando novas guerras de rapina e o militarismo, apostando numa ordem hegemónica contrária aos interesses dos povos.
Denuncia-se, por outro lado, a cumplicidade das grandes potências mundiais não apenas com o nazismo mas também com o fascismo na Itália, Espanha e Portugal, onde Salazar impunha uma ditadura destinada a oprimir o povo português sob uma férrea exploração de classe. Não sem resistência, porém, pois tal como os antifascistas por toda a Europa e no país dos sovietes, também em Portugal nunca os trabalhadores e o seu Partido, o PCP, dobraram à mais brutal repressão, percorrendo um caminho de luta, clandestina mas voltada para a consciencialização política e a reivindicação de massas, que acabou por resultar no derrube do fascismo.
Valores carregados de futuro
Se o combate e triunfo sobre o nazismo e sobre o regime fascista em Portugal encerram importantes ensinamentos e experiências para o presente em que intervimos, o mesmo pode dizer-se das conquistas de Abril. Assinalando os 40 anos da Reforma Agrária e das Nacionalizações, no Espaço Central destaca-se a democratização do acesso e uso da terra, conquistada após uma longa luta do operariado agrícola. Nos campos do Alentejo e Ribatejo, a Reforma Agrária acabou com o latifúndio, com o absentismo agrário e com o desemprego crónico; erradicou o analfabetismo e a subnutrição e garantiu outras expressões de progresso económico e social. Nas condições actuais, uma nova Reforma Agrária é necessária para pôr Portugal a produzir, garantir a soberania alimentar do País e o pleno emprego, estancar a desertificação e revitalizar as zonas rurais.
Quanto às Nacionalizações, lembra-se que estas foram implementadas para defender a liberdade e democracia e acabar com os monopólios que sustentaram o fascismo e constituíam, em 1975, a principal base de apoio dos sectores mais reaccionários na sua acção contra-revolucionária. Quase quatro décadas de política de direita concretizada por PS, PSD e CDS, cerca de três décadas de integração na União Europeia e mais década e meia de adopção da moeda única, resultaram na privatização da generalidade das empresas nacionalizadas e no desmantelamento da maior parte do sector empresarial do Estado construído após a Revolução. Um rumo de desenvolvimento soberano exige, hoje, um forte sector público e o controlo democrático, por parte do Estado, de segmentos e empresas estratégicos da economia.
A reforma Agrária e as Nacionalizações foram realidades objectivas que corresponderam a necessidades concretas e aspirações das massas. Permitiram vislumbrar uma organização da sociedade com relações de novo tipo, encerrando um conjunto de valores e concretizações de Abril que se projectam num Portugal com futuro, constituindo inspiração para as soluções e a política alternativa, patriótica e de esquerda, que o PCP propõe para o País, e cuja explanação estará patente numa impressiva mostra no Espaço Central (ver caixa).
«A força do povo – Soluções para um Portugal com futuro»
A exposição intitulada «A força do povo – Soluções para um Portugal com futuro», que estará disponível no Espaço Central, sintetiza as soluções propostas pelo PCP para uma verdadeira política alternativa, capaz de romper com a política de direita do PS, PSD e CDS-PP que conduziu o País a um dos períodos mais negros da sua história recente.
Na exposição, traça-se um quadro geral da crise do capitalismo e das suas consequências, salienta-se alguns dos aspectos mais relevantes da situação económica e social do País, como as privatizações e o esbulho da riqueza nacional, a pobreza e exclusão, a ofensiva contra os trabalhadores e a degradação do regime democrático, e denuncia-se os responsáveis pela política de direita ao serviço do capital monopolista, das multinacionais e de interesses estrangeiros: PS, PSD e CDS.
Para o PCP, como se revela na mostra, é a partir da luta dos trabalhadores e do povo, contra a política de direita, para romper com as falsas «inevitabilidades», da convergência e unidade das camadas antimonopolistas esmagadas pelo rolo compressor da concentração e centralização do capital – luta que contou sempre com o apoio e a intervenção dos comunistas –, que se defende novas políticas de alternativa aos constrangimentos à soberania nacional e ao desenvolvimento do País, as quais decorrem desta integração europeia e do conjunto dos seus instrumentos. São também apresentados os grandes objectivos e eixos do Programa Eleitoral do PCP para um Portugal com futuro.
«Este é um tempo para os trabalhadores e o povo fazerem ouvir a sua voz e, com o apoio ao PCP e à CDU, pôr fim ao círculo vicioso da alternância sem alternativa e abrir portas a uma vida nova de progresso e desenvolvimento para os portugueses», conclui-se na exposição, lembrando um trecho da intervenção do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, no Encontro Nacional do PCP – Não ao declínio nacional. Soluções para o País.
Honrar o passado reflectir sobre o presente
No habitual espaço da imprensa do Partido situado no Pavilhão Central, será possível observar como era composto, na clandestinidade, o Avante!, O Militante e outros jornais e folhetos, bem como reflectir sobre os desafios e exigências que estão hoje colocados à imprensa partidária. Uma forma de honrar o passado olhando-o com orgulho, e de apurar conhecimento sobre o presente. Local privilegiado para a análise serão os três dos principais locais de debate da Festa: o Fórum, o Auditório e o À Conversa com…, espaços recheados de uma programação que, durante três dias, incide sobre temas da actualidade nacional e partidária, e nos quais é possível intervir, para colocar questões, aprofundar o conhecimento sobre a realidade ou contribuir na permanente reflexão colectiva.
Tomar Partido
Muitos decretaram o inexorável desaparecimento e/ou definhamento do PCP. Os arautos da desgraça enganaram-se e hoje o PCP acumula um prestígio e influência crescentes. A prová-lo estão, entre outros factores, os sucessos alcançados nas campanhas de recrutamento.
Durante a Festa do Avante!, no espaço Adere ao PCP, situado no Pavilhão Central, os visitantes podem conversar com dirigentes e militantes do Partido, esclarecer dúvidas, colocar questões e quebrar mitos e preconceitos sobre quem são, como lutam e o que pretendem os comunistas portugueses. E, quem sabe, dar o passo de integrar o grande colectivo partidário, juntando a sua energia militante em defesa do ideal comunista, da concretização dos seus objectivos e projecto.
Convívio, lazer e algo mais
O Café da Amizade é um ponto de encontro e de passagem obrigatória no Espaço Central. Como de costume, ali o visitante da Festa encontra um local propício a momentos de agradável convívio e lazer. Na Loja da Festa, é possível adquirir diversos materiais e recordações. Este ano, as novidades são a garrafa de vinho e os sacos comemorativos dos 40 anos da Reforma Agrária ou o poster evocativo dos 70 anos da derrota do nazi-fascismo. Há ainda crachás, camisolas para homem, mulher e criança, um livro para colorir sobre o poema «As Portas Que Abril Abriu»; ímanes com os 39 cartazes da Festa do Avante!, e ainda cadernos, postais, marcadores de livros.
Mais espaço, mais Festa
A compra da Quinta do Cabo, contígua à Quinta da Atalaia, anunciada na Festa do Avante! de 2014, tem como objectivo melhorar as condições em que se realiza a maior iniciativa política e cultural do nosso País, bem como acolher melhor os visitantes. No Espaço Central levanta-se um bocadinho o véu sobre o que será a Festa com a incorporação do novo terreno.
Os visitantes terão também a oportunidade de contribuir para a campanha nacional de fundos lançada pelo PCP, intitulada «Mais espaço, mais Festa – Futuro com Abril», cujo objectivo é angariar 950 mil euros até Abril de 2016.
Durante a Festa, sábado e domingo, das 10h30 às 12h30, pode-se visitar a Quinta do Cabo. O acesso situa-se na rampa da entrada da Medideira, abaixo do Posto de Saúde e frente às instalações da Direcção da Festa.