Nos 40 anos da Revolução dos Cravos
Festa do Avante! é a festa de Abril
Quinta, 17 de Julho de 2014«A Festa de Abril» é o lema da edição deste ano da Festa do Avante!, ou não se assinalasse em 2014 o 40.º aniversário da Revolução dos Cravos. Mas este podia, na verdade, ser o «cognome» da Festa do PCP, pois ela corporiza, como nenhuma outra realização, a fraternidade, a solidariedade, a paz, a cultura, o trabalho colectivo, o sonho – valores que Abril tornou realidade palpável e quotidiana e que a Festa fez e faz seus. Todos os anos.
Desde 1976 que os valores de Abril são presença constante e decisiva na Festa do Avante! – pela forma como é concebida e construída, pela alegria e liberdade que dela emanam, pelo projecto político que lhe está subjacente, intérprete e portador das mais luminosas e avançadas conquistas da revolução. Ao longo de mais de três décadas, não só estes valores estiveram presentes em todas as edições da Festa do Avante!, como ela se constituiu sempre como uma combativa tribuna de denúncia da destruição das principais conquistas revolucionárias e um elemento particularmente relevante para erguer a necessária e constante resistência.
De facto, os ataques contra a Reforma Agrária, as nacionalizações e o controlo operário (e sua posterior destruição), as sucessivas alterações às leis laborais no sentido do aumento da exploração e dos lucros do grande capital, as diversas revisões constitucionais, a descaracterização do Poder Local Democrático, as várias e brutais ofensivas contra salários e rendimentos dos trabalhadores e do povo e, mais recentemente, a intervenção da troika estrangeira, foram denunciadas e combatidas também na Festa do Avante!, que tantas e tantas vezes funcionou como rampa de lançamento de grandes campanhas políticas em defesa das conquistas de Abril.
A construção da resistência popular e a mobilização para a luta de massas, nesta frente, passou pela FIL, pelo Vale do Jamor, pelo Alto da Ajuda, por Loures e pela Quinta da Atalaia.
40 anos de Abril
Se a Festa do «Avante!» sempre foi a «festa de Abril», este ano sê-lo-à ainda mais. Afinal, 40 anos são 40 anos... Como revelou ao Avante! Telma Capucho, do Comité Central do Partido e da direcção da Festa, a evocação da Revolução dos Cravos, dos seus valores e conquistas – mas também, e sobretudo, do caminho de futuro que encetou e mostrou ser possível – estará presente um pouco por todo o recinto da Festa: no palco 25 de Abril, na noite de sexta-feira (no Concerto para Cravos e Orquesta Opus 40); na grande exposição e nos debates do Espaço Central; nas dezenas de painéis com poemas de José Carlos Ary dos Santos, poeta da resistência, de Abril e da Revolução, patentes em vários locais da Quinta da Atalaia; ou nas reproduções de esculturas alusivas a esse momento maior da história de Portugal.
Nos espaços das organizações regionais do Partido será evocado, de formas diferentes e criativas, o que de mais avançado e progressista Abril representou para os trabalhadores e o povo e para a própria independência do País. Nestes pavilhões estarão também presentes as lutas das populações contra a política de exploração, desemprego, desertificação e encerramento de serviços públicos essenciais (como escolas, centros de saúde ou tribunais), uma política movida contra tudo o que em Abril o povo português conquistou. Em todos estes espaços estará presente de forma particularmente incisiva a proposta do PCP para uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que projecte e consolide os valores de Abril no presente e no futuro de Portugal.
É esta proposta política, nomeadamente os seus eixos centrais, que servirá de mote às brigadas de contacto com os visitantes da Festa, que ano após ano se assumem como elemento privilegiado de afirmação e reforço do Partido. O que a experiência de anos anteriores mostra é que, ao contrário do que muitas vezes se pode pensar, há muitos visitantes da Festa que estão disponíveis para conversar, confrontar ideias, conhecer com mais profundidade as análises, reflexões e propostas dos comunistas e, mesmo, para aderir ao PCP. Do reforço do colectivo partidário comunista e dos seus aliados depende, em grande medida, a capacidade de recolocar o País nos caminhos abertos pela Revolução dos Cravos.
Planificar, construir e divulgar
A preparação da Festa do Avante! entrou já na sua fase decisiva, com a edição da EP, o início das jornadas de trabalho e, desde o início deste mês, com a divulgação das grandes linhas do programa musical. A «bola» está, agora, do lado das organizações e militantes do Partido, bem como de muitos amigos, que têm nas suas mãos a difícil mas exaltante tarefa de planificar, construir e divulgar a Festa.
Para Telma Capucho, a Festa do Avante! tem que estar presente em todo o lado: nas iniciativas do Partido, nas festas e romarias populares realizadas nos meses de Verão por esse País fora. A venda antecipada da EP terá que ser assumida como a «prioridade das prioridades» para salvaguardar o êxito político e financeiro da Festa, acrescentou, sublinhando a necessidade de aumentar o número de distribuidores de EP e dos locais de venda e instalação de bancas.
Aspecto essencial é, também, a participação nas jornadas de trabalho. Este ano, garantiu Telma Capucho, as jornadas estão mais participadas do que em 2013, mas «é preciso mais». Numa realização desta dimensão, que assenta no trabalho colectivo de milhares de comunistas e amigos, o contributo de cada um é fundamental. Além disso, acrescentou, concentrar tudo nas últimas jornadas levaria não só a uma insustentável gestão de meios materiais como a que os construtores focassem a sua atenção exclusivamente nos espaços das suas organizações ou sectores, descurando as necessidades mais gerais da Festa.
Entretanto, nos meses que antecederam o início das jornadas de trabalho, muito foi feito para tornar o recinto da Festa do Avante! num local cada vez mais aprazível para os muitos milhares de pessoas que todos os anos a visitam.