Avanteatro
Embora não conste dos dicionários, em 1986 criou-se uma nova palavra, uma palavra única, Avanteatro, resultado da fusão entre teatro e festa, festa ― a do Avante! ― e teatro. Desde 1986, quase ininterruptamente, há teatro na Festa do Avante!, afirmando-se progressivamente como um lugar de destaque no conjunto da sua programação. Teatro para todas as idades, de todos os géneros e feitios e para todos os gostos.
Mas não há só teatro, há também cinema, poesia e música, dança e bailado ― é assim o Avanteatro. Estas são já razões suficientes para se marcar presença. Mas há muito mais. Há todo o restante programa com a chancela de qualidade que a cada ano se afirma deste espaço único da Festa: o Avanteatro!
“O TEATRO, É UMA ARMA?”
Mais um ano e podemos dizer que os temas são os mesmos, que as nossas preocupações são as mesmas, que a nossa luta é a mesma.
40 anos depois de Abril, continuamos de ano para ano a assistir ao enfraquecimento e à destruição de companhias, à destruição de estruturas de produção teatral, levada a cabo pelos sucessivos governos que tentam impor-nos uma política neoliberal para o teatro, baseando-se numa visão economicista, reduzindo a arte e o teatro à condição de um mero produto económico transacionável e lucrativo.
O Teatro, é uma Arma?
Mais um ano e as estruturas de produção teatral, tentam resistir ao ataque de que são alvo, tentam manter a sua actividade muito a custo de sacrifícios dos seus elementos. Hoje, como há 40 anos, lutam pela dignificação do seu trabalho e pelo respeito pelos seus direitos, que é também o respeito pelo direito à cultura, contra esta política neoliberal.
O Teatro, é uma Arma?
Hoje, passados 40 anos, damos relevo na nossa programação a uma Companhia histórica do teatro português, “A BARRACA”, e com ela a todas as Companhias que fazem parte do nosso imaginário colectivo. Não podíamos assim deixar de mostrar, nesta situação de resistência por que estão a passar todas as companhias, um pouco do muito que ainda se vai fazendo pelo país no teatro, na dança, na música e no cinema documental.
Para além de “A BARRACA” (com 4 espectáculos), teremos a 33Ânimos (Lisboa), TEatroensaio (Porto), TAS (Setúbal), A Companhia de Teatro do Algarve (Faro), a Lua Cheia – Teatro para todos (Lisboa), a Mafalda Santos e André Levy, a PIA – Projectos de Intervenção Artística (Pinhal Novo) e a Cláudia Dias (Almada). Contamos ainda com o projecto de Pablo Fidalgo Lareo (Galiza), com um documentário de Sérgio Tréfaut e com três espectáculos de música que habitualmente encerram o Avanteatro.
Deixamos pois a pergunta: O Teatro, é uma Arma?