Avanteatro

Homenagem a Mário Barradas

Descentralização cultural no Avanteatro

Mantendo as Artes de Palco já tradicionais neste espaço, na programação do Avanteatro teremos: o teatro e o teatro para a infância, a dança, a música, incluindo o jazz e o cinema - documentário.

Aqui, será ainda evocado Mário Barradas, actor, encenador e grande figura do teatro português. Antifascista e membro do PCP, que dedicou toda a sua vida ao teatro e à luta por um Portugal democrático e socialista, lutou até aos últimos dias da sua vida por uma cultura ao serviço do povo.

O Avanteatro continua, a exemplo de outros anos, a dar bastante importância à descentralização cultural, com a participação de alguns grupos e artistas de algumas regiões do País, tendo este ano também a participação de dois grupos de Espanha de teatro (Barcelona) e de bailado (Sevilha).

No teatro destaca-se as peças «Tunning» do jovem autor Rodrigo Francisco, pela Companhia de Teatro de Almada, «Saguão», pelo Grupo ALOES e ainda «O mentiroso», pelo Grupo Intervalo.

O teatro para a infância merece também especial atenção, com marionetas do «SA Marionetas» e, pela primeira vez na Festa, um espectáculo de dança para o público infantil, pela Companhia de Bailado de Almada. No teatro de rua o Avanteatro contará com a participação dos grupos «O Bando» e «Este» (do Fundão).

Na dança, a Companhia de Clara Andermatt apresenta o espectáculo de dança contemporânea «Void». O Grupo de Música e Bailado «Alma Flamenga» fará um espectáculo de homenagem a Frederico Garcia Lorca.

A música no Bar do Avanteatro conta com a participação de três grupos que se vêm afirmando no panorama musical e que já estiveram em Festas anteriores: «O menino é lindo», «Os roncos do diabo» e «Melechk Mechaia».

Três dias de puro prazer

Avante com o teatro!

Na sexta-feira sobe ao palco do Avanteatro «Tuning», de Rodrigo Francisco, com encenação de Joaquim Benite, da Companhia de Teatro de Almada. Esta peça conta-nos a história de Pedro, que queria ser jogador de futebol mas que se emprega numa oficina de automóveis. Na oficina, o patrão ensina-lhe que os carros, tal como as pessoas, têm um período de vida. Os colegas de Pedro são entusiastas de tuning: a transformação de carros banais em máquinas de competição. Confrontado com a escolha entre a aprendizagem de uma profissão pouco ambiciosa e a entrada na marginalidade, Pedro terá de adaptar-se às regras de um mundo dominado pelos valores da competição e do êxito pessoal. Entretanto conhece D. Teresa, uma estudante de uma universidade sénior que vai à oficina procurar alguém que recupere o seu Mini em fim de vida.

 

No exterior do espaço terá lugar a peça «Nós matámos o cão tinhoso!», de «O Bando», com o texto de Luís Bernardo Honwana e dramaturgia e encenação de Nuno Pino Custódio. «Ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos, o cão do medo, o cão da guerra, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade», lê-se na sinopse deste trabalho.

 

Neste dia, à meia noite, sobe à cena «Cabaret Literário», do Project Margot, com textos de Fernando Pessoa, Jorge Luís Borges, Julio Cortázar, Alessandro Baricco, Miguel Ángel Asturias e Haruki Murakami. Os inquitantes textos dos autores reflectem seis personagens enclausuradas em diferentes mundos que, de forma particular, mostram a estranha beleza da angústia.

 

A noite encerra, no Bar do Avanteatro, com uma nova actuação do grupo musical «O Menino é Lindo».

 

Acontecimentos históricos

 

No sábado, a manhã é reservada às marionetas, com o espectáculo «Alfanuí - O eco dos montes», do MACAPI Teatro de Marionetas, uma história de Rafael Sanchez de Ferlosio, na qual se contam aventuras várias de um menino sem idade. A seguir, é a vez da peça «Res pública - A caricatura ao serviço da tristeza pública», da Companhia SA Marionetas, que relata os acontecimentos históricos, tanto a nível político como a nível social, utilizando para o efeito marionetas de fio. A construção das marionetas é inspirada na obra caricaturial de Rafael Bordalo Pinheiro, criando assim personagens que são caricaturas vivas que representam os intervenientes dos acontecimentos que culminaram na revolução de 1910. Às 16.30 horas terá lugar a iniciativa «Oficina de Marionetas», uma actividade rica em experiências promotoras do desenvolvimento motor e emocional das crianças.

 

À noite, no palco, segue-se «Saguão», a cargo do Teatro dos Aloés. um texto onde é possível colocar as mais amargas perguntas da actualidade, as mais pequenas obsessões do dia-a-dia.

 

No exterior, os «Cozinheiros», do Este - Estação Teatral, falam-nos do mundo da cozinha, onde os homens vão e vêm sem poderem ficar o tempo suficiente. O mundo onde as amizades, os amores, as desinteligências se apagam tão depressa quanto se acendem. Depois da «Alma Flamenca», espectáculo de flamenco dedicado a Frederico Garcia Lorca, actuam, no Bar, os «Roncos do Diabo».

 

Figuras imaginárias

 

A programação do Avanteatro prossegue, no domingo, de manhã, com o espectáculo «Asas e carapaças, hastes e barbatanas», da Companhia de Danças de Almada, uma peça de dança e sobre a dança, num mundo povoada de figuras do nosso imaginário colectivo. Este dia, o último da Festa, conta ainda com «O Mentiroso» (II Buliardo), de Carlo Goldoni, e «Void», melhor espectáculo de dança de 2009, segundo o jornal Expresso. «Melechk Mechaia», encerra, no Bar, três dias repletos de histórias e puro prazer.

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