George Gershwin (1898-1937)
George Gershwin, embora tivesse sido essencialmente um autodidacta, tal não impediu que se tivesse tornado, com toda a propriedade, um dos principais compositores norte-americanos, reconhecido pela musicologia internacional. Nascido em Brooklyn, Gershwin começou por ser um excelente pianista com forte ligação ao universo do jazz. A sua arte pianística está, para nossa felicidade, amplamente preservada através de registos discográficos.
O seu trabalho como compositor centra-se inicialmente no canto, como criador de popular songs. A partir de 1919 começa a compor musicais para a Broadway, como Lady, be good! ou Fanny face, utilizando na maior parte dos casos textos do seu irmão Ira. Mas é em 1924 que se torna verdadeiramente famoso com Rhapsody in blue. O sucesso obtido motivou-o a aprofundar os estudos de composição na área da música erudita. Compôs apenas duas óperas, sendo que uma delas nunca chegou a conquistar lugar no reportório operístico. No entanto, à semelhança do que aconteceu com Beethoven, autor de uma única ópera (Fidélio), essa escassa produção operística redundou no nascimento de uma obra-prima; uma das maiores partituras músico-teatrais do século XX: Porgy and Bess (1935) – autêntica expressão da cultura afro-americana. Obra esteticamente equiparável ao melhor Strauss ou ao melhor Britten. Gershwin morreu em Hollywood onde trabalhou como compositor de songs para o cinema.
Rapsódia em Blue
Quinze minutos de música de excepcional originalidade, na forma e no conteúdo, explorando singularmente combinações rítmicas, colorações instrumentais, fantasia temática e a relação solista/orquestra, que afamaram, de um dia para o outro, o seu autor. Eis o que é esta Rhapsody.
Resultou de uma encomenda que Paul Whiteman, o criador do jazz sinfónico, endereçou a Gershwin tendo em vista a realização de um concerto da sua New York Palais Royal Orchestra no Aeolian Hall. Estávamos no ano de 1923, e, embora tendo aceitado o convite, o compositor estava nesse então consciente das casuas limitações técnicas no domínio da escrita musical. Deixou por isso que a orquestração fosse feita por Ferde Grofé que bem merecia ser mais referenciado, pois realizou notável trabalho de enriquecimento da partitura. Quando a obra foi estreada, no dia 12 de Fevereiro de 1924, faziam parte do ávido público, entre outras personalidades, Sergey Rachmaninov, Igor Stravinsky e Leopold Stokovsky, o que atesta da importância atribuída ao acontecimento. Foi um concerto memorável, dirigido por Whiteman e tendo o próprio Gershwin como solista. O sucesso não podia ter sido maior e foi a partir desse dia que o compositor se tornou verdadeiramente famoso. Outro efeito, talvez não menos relevante, foi o de ter motivado o seu autor a aprofundar os estudos de composição na área da música erudita.
A Rhapsody in Blue é concebida como um clássico concerto de piano com a participação de uma jazz band (a de P.Whiteman). Esta insólita combinação cria uma atmosfera muito especial, acentuada pela forma como se mesclam os 3 temas que a compõem. Temos logo no início um sedutor solo de clarinete que introduz o primeiro tema. Um começo muito original que logo prende o ouvinte e de imediato nos surpreende com a criação da tal atmosfera especial que se vai desenvolvendo pela forma como os vários elementos se articulam (os 3 temas, o piano e a orquestra, a variedade de cores instrumentais – mérito de Grofé –, os ritmos) e se estabelece uma unidade entre os supostamente antagónicos universos do clássico e do jazz. Repare o ouvinte, como ao longo de toda a peça nos é transmitida uma extraordinária sensação de espontaneidade, ou até mesmo de improvisação, efeito de todas essas originais combinações. Resultado: uma verdadeira obra-prima.
George Gershwin, embora tivesse sido essencialmente um autodidacta, tal não impediu que se tivesse tornado, com toda a propriedade, um dos principais compositores norte-americanos, reconhecido pela musicologia internacional. Nascido em Brooklyn, Gershwin começou por ser um excelente pianista com forte ligação ao universo do jazz. A sua arte pianística está, para nossa felicidade, amplamente preservada através de registos discográficos.
O seu trabalho como compositor centra-se inicialmente no canto, como criador de popular songs. A partir de 1919 começa a compor musicais para a Broadway, como Lady, be good! ou Fanny face, utilizando na maior parte dos casos textos do seu irmão Ira. Mas é em 1924 que se torna verdadeiramente famoso com Rhapsody in blue. O sucesso obtido motivou-o a aprofundar os estudos de composição na área da música erudita. Compôs apenas duas óperas, sendo que uma delas nunca chegou a conquistar lugar no reportório operístico. No entanto, à semelhança do que aconteceu com Beethoven, autor de uma única ópera (Fidélio), essa escassa produção operística redundou no nascimento de uma obra-prima; uma das maiores partituras músico-teatrais do século XX: Porgy and Bess (1935) – autêntica expressão da cultura afro-americana. Obra esteticamente equiparável ao melhor Strauss ou ao melhor Britten. Gershwin morreu em Hollywood onde trabalhou como compositor de songs para o cinema.
Rapsódia em Blue
Quinze minutos de música de excepcional originalidade, na forma e no conteúdo, explorando singularmente combinações rítmicas, colorações instrumentais, fantasia temática e a relação solista/orquestra, que afamaram, de um dia para o outro, o seu autor. Eis o que é esta Rhapsody.
Resultou de uma encomenda que Paul Whiteman, o criador do jazz sinfónico, endereçou a Gershwin tendo em vista a realização de um concerto da sua New York Palais Royal Orchestra no Aeolian Hall. Estávamos no ano de 1923, e, embora tendo aceitado o convite, o compositor estava nesse então consciente das casuas limitações técnicas no domínio da escrita musical. Deixou por isso que a orquestração fosse feita por Ferde Grofé que bem merecia ser mais referenciado, pois realizou notável trabalho de enriquecimento da partitura. Quando a obra foi estreada, no dia 12 de Fevereiro de 1924, faziam parte do ávido público, entre outras personalidades, Sergey Rachmaninov, Igor Stravinsky e Leopold Stokovsky, o que atesta da importância atribuída ao acontecimento. Foi um concerto memorável, dirigido por Whiteman e tendo o próprio Gershwin como solista. O sucesso não podia ter sido maior e foi a partir desse dia que o compositor se tornou verdadeiramente famoso. Outro efeito, talvez não menos relevante, foi o de ter motivado o seu autor a aprofundar os estudos de composição na área da música erudita.
A Rhapsody in Blue é concebida como um clássico concerto de piano com a participação de uma jazz band (a de P.Whiteman). Esta insólita combinação cria uma atmosfera muito especial, acentuada pela forma como se mesclam os 3 temas que a compõem. Temos logo no início um sedutor solo de clarinete que introduz o primeiro tema. Um começo muito original que logo prende o ouvinte e de imediato nos surpreende com a criação da tal atmosfera especial que se vai desenvolvendo pela forma como os vários elementos se articulam (os 3 temas, o piano e a orquestra, a variedade de cores instrumentais – mérito de Grofé –, os ritmos) e se estabelece uma unidade entre os supostamente antagónicos universos do clássico e do jazz. Repare o ouvinte, como ao longo de toda a peça nos é transmitida uma extraordinária sensação de espontaneidade, ou até mesmo de improvisação, efeito de todas essas originais combinações. Resultado: uma verdadeira obra-prima.