Dany Silva e Celina Pereira
Dany Silva
Músico, cantor e compositor cabo-verdiano (nasceu na Cidade da Praia), vive em Portugal desde 1961. Chegando a Santarém para estudar Agronomia, cedo se virou para a música, vindo a integrar o Grupo “CHARRUAS”. Conclui o curso de Eng.º Técnico Agrário conciliando a vida de músico profissional com a de estudante. Seguiu-se um importante estágio: o “QUINTETO ACADÉMICO + 2”, onde ganhou tarimba ao lado de músicos como Mike Carr, Earl Jordan e Mike Sergeant. Acompanhou Georgie Fame. Tocou em Espanha, na Suíça, na Holanda e em França. Em Portugal, ainda nos anos 70, ganhava vigor a cena cabo-verdiana e o nome de Dany Silva foi começando a aparecer ao mesmo tempo que Bana, os “Tubarões” e o conjunto “Voz de Cabo - Verde”, liderado pelo excelente Luís Morais. Em 1979 Dany Silva grava o seu primeiro single, “Feel Good”, para a etiqueta de Bana, Monte Cara. Em ’81, em plena explosão do “Rock português”, Dany edita o seu primeiro single em português, o colorido “Branco Velho, Tinto e Jeropiga”, para a Valentim de Carvalho. Segue-se outro single, “Já Estou Farto” e finalmente o máxi “Crioula de S. Bento”, sensual e dançante, que o transforma num nome incontornável. E depois... bem, depois Dany não correu atrás do sucesso e preferiu amadurecer canções: o seu primeiro álbum, “Lua Vagabunda”, data de 1986. Produzido pelo seu amigo Rui Veloso e por Moz Carrapa, e acompanhado por músicos de luxo como Paulino Vieira, Náná Sousa Dias, Edgar Caramelo, Tomás Pimentel e o próprio Veloso, inclui temas inesquecíveis como “Banhada” e “Lua ‘Nha Testemunha”. Segue-se novo intervalo até chegar um 2º LP, “Sodadi Funaná”, de 1991, incluindo entre outros “Bernardo”, “Caminho de S.Tomé” e “Mamã áfrica”. Faltava uma antologia: por causa do single “Branco Velho...” e do máxi “Crioula de S. Bento”, hoje peças de colecção e do primeiro álbum que nunca tinha sido editado em CD. E, já agora, para juntar o útil ao agradável, por causa de alguma nova que o Dany tivesse para gravar... Surge assim, em 1994 “Crioulas de S. Bento - As melhores de Dany Silva”. Integra a Orquestra “Sons da Lusófonia” desde 1995. Em Outubro de 1997, participa no festival Lusófono de Montreux (Suíça). Em 1998 a convite do Centro Cultural de São Paulo (Brasil) realiza três apresentações ao vivo, com lotações esgotadas e com enorme sucesso. Em Novembro do mesmo Ano, representa Cabo - Verde no festival de música Africana em Amesterdão e actua na Praça Sony (espectáculo de passagem de Ano) a convite do Artista Brasileiro “Chico César”. 2000- Depois de uma longa pausa bem aproveitada, para compor e amadurecer canções, Dany edita novo CD “Tradiçon”, produzido por Rui Veloso e com participações especiais de Carlos do Carmo, Sara Tavares e “African Voices” com etiqueta Universal/Polygram. Continua a apresentar-se ao vivo tendo como ponto alto da época o espectáculo da “Festa do Avante!”. 2004 – Sempre muito solicitado Dany Silva e a sua banda continuam a apresentar o seu espectáculo um pouco por todo o pais agitando e animando todo o seu público. Neste ultimo ano e meio, Dany assumiu o compromisso de fazer um renascimento discográfico! Iniciou uma parceria com o produtor norte americano Barry Marshall (LaVern Baker, Peter Wolf, Philip Hamilton)que resultou em dois novos álbuns gravados nos Estados Unidos (Boston, e em Portugal nos Estudios de Rui Veloso, em Vale de Lobos. O primeiro intitula-se Caminho Longi, um conjunto de novas musicas Cabo Vendeanas, com arranjos e letras do próprio Dany e um remake do seu grande êxito, Mama Africa, onde pôde contar com um convidado especial nas vozes o cantor americano Philip Hamilton. Em Caminho Longi, Dany pode mostrar com as suas novas musicas os ritmos e emoções da coladeira, morna, funaná e até mesmo Blues. O Segundo Album é uma colectânea dos seus principais hits com novos arranjos e conta com as performances de Artistas lendários tanto de Cabo Verde como de Portugal, como por exemplo os duetos com: Paulo de Carvalho (“Poema da Farra”) Tito Paris (Nha Mudjer”)e Rui Veloso(“Lua”). São muitas e boas razões para que estes álbuns sejam considerados pela World Music dos melhores. Quem sabe um deles não venha também a ser um dos seus preferidos!
Celina Pereira
A cantora Celina Pereira fala da tradição, da cultura, da música dos hábitos da terra que lhe viu nascer: Cabo Verde. Em Portugal onde reside há 34 anos, recria as tradições antigas da sua terra, reinventando histórias para adultos e crianças. Na sua opinião "esta é uma tradição que se estava a perder que é preciso preservar". Em termos musicais considera que "perderam-se muitos géneros de que neste momento já só há memória em termos pontuais". É o caso da galope que é um ritmo de que neste momento não se conhece e o seu conteúdo, embora se saiba qual é o seu ritmo. A contradança, outra forma musical, de origem bretã, que junta música, dança e canto corre também o risco de desaparecer por completo se não for preservada. Esta forma musical só é praticada na ilha de S. Antão. O novo trabalho de Celina Pereira a ser lançado em Portugal trata-se de um album-livro ilustrado, acompanhado de um CD. Foi pensado para ser utilizado na área da educação intercultural, onde a cantora e contadora de história está ligada fazendo parte do projecto intercultural em várias escolas onde estudam muitas crianças de origem africana. Ela não está apenas preocupada com os alunos provenientes ou de origem cabo verdiana. O livro álbum contém textos da sua autoria e a adaptação de dois contos de África, dos quais um é de Cabo Verde. Começa com histórias e termina com uma serenata. As cantigas são cantadas por crianças. A edição do álbum está a cargo de uma editora italiana e os contos foram ilustrados por uma italiana. Para além do lado lúdico do álbum, pode servir como guia de estudantes e educadores que queiram aprofundar alguns aspectos relacionados com a tradição oral de Cabo Verde. É uma grande perda para o património cultural de Cabo Verde e da humanidade se estas tradições não forem salvaguardadas. As recolhas de contos, das adivinhas e ditos populares foram iniciadas em Cabo Verde, tendo como a primeira fonte de informação a mãe. Depois acabou por estender a sua pesquisa vários países onde vivem e trabalham comunidades de Cabo Verde. Este trabalho começou por curiosidade, por sentir necessidade de conhecer melhor alguns aspectos da cultura das ilhas. Esta pesquisa tem possibilitado Celina Pereira viajar por alguns países europeus onde há uma grande preocupação sobre as tradições orais de outros países como é o caso da Alemanha, Estados Unidos da América onde esteve a convite dos professores do programa de educação bilingue. Para registar toda a informação que vai ouvindo usa um gravador de micro-cassetes para gravar os contos, as adivinhas populares, os ditos populares e as diversas músicas da tradição oral que correm o risco de se perderem com o passar do tempo. É uma grande perda para o património cultural de Cabo Verde e da humanidade se estas tradições não forem salvaguardadas. A mensagem tende a ser universal O seu primeiro trabalho de recuperação da memória das tradições orais foi reconhecido em Itália onde recebeu o seu primeiro prémio internacional, em 1991. Embora não seja antropóloga, a cantora considera ser esta vertente que lhe possibilita conhecer e divulgar melhor as origens das tradições orais de Cabo Verde que sempre a fascinaram e a fascinam. Celina Pereira está preocupada com o lado pedagógico e, ao mesmo tempo, pretende atingir um público mais vasto. Na opinião de Celina Pereira, "um contador de histórias não é só um narrador, tem de ser um actor." Para o efeito, tem de ter em conta que uma história engloba uma linguagem facial e gestual.
site:
http://www.danysilva.com
myspace:
http://www.myspace.com/celinapereiracv
foto:
video:
Dany Silva
Músico, cantor e compositor cabo-verdiano (nasceu na Cidade da Praia), vive em Portugal desde 1961. Chegando a Santarém para estudar Agronomia, cedo se virou para a música, vindo a integrar o Grupo “CHARRUAS”. Conclui o curso de Eng.º Técnico Agrário conciliando a vida de músico profissional com a de estudante. Seguiu-se um importante estágio: o “QUINTETO ACADÉMICO + 2”, onde ganhou tarimba ao lado de músicos como Mike Carr, Earl Jordan e Mike Sergeant. Acompanhou Georgie Fame. Tocou em Espanha, na Suíça, na Holanda e em França. Em Portugal, ainda nos anos 70, ganhava vigor a cena cabo-verdiana e o nome de Dany Silva foi começando a aparecer ao mesmo tempo que Bana, os “Tubarões” e o conjunto “Voz de Cabo - Verde”, liderado pelo excelente Luís Morais. Em 1979 Dany Silva grava o seu primeiro single, “Feel Good”, para a etiqueta de Bana, Monte Cara. Em ’81, em plena explosão do “Rock português”, Dany edita o seu primeiro single em português, o colorido “Branco Velho, Tinto e Jeropiga”, para a Valentim de Carvalho. Segue-se outro single, “Já Estou Farto” e finalmente o máxi “Crioula de S. Bento”, sensual e dançante, que o transforma num nome incontornável. E depois... bem, depois Dany não correu atrás do sucesso e preferiu amadurecer canções: o seu primeiro álbum, “Lua Vagabunda”, data de 1986. Produzido pelo seu amigo Rui Veloso e por Moz Carrapa, e acompanhado por músicos de luxo como Paulino Vieira, Náná Sousa Dias, Edgar Caramelo, Tomás Pimentel e o próprio Veloso, inclui temas inesquecíveis como “Banhada” e “Lua ‘Nha Testemunha”. Segue-se novo intervalo até chegar um 2º LP, “Sodadi Funaná”, de 1991, incluindo entre outros “Bernardo”, “Caminho de S.Tomé” e “Mamã áfrica”. Faltava uma antologia: por causa do single “Branco Velho...” e do máxi “Crioula de S. Bento”, hoje peças de colecção e do primeiro álbum que nunca tinha sido editado em CD. E, já agora, para juntar o útil ao agradável, por causa de alguma nova que o Dany tivesse para gravar... Surge assim, em 1994 “Crioulas de S. Bento - As melhores de Dany Silva”. Integra a Orquestra “Sons da Lusófonia” desde 1995. Em Outubro de 1997, participa no festival Lusófono de Montreux (Suíça). Em 1998 a convite do Centro Cultural de São Paulo (Brasil) realiza três apresentações ao vivo, com lotações esgotadas e com enorme sucesso. Em Novembro do mesmo Ano, representa Cabo - Verde no festival de música Africana em Amesterdão e actua na Praça Sony (espectáculo de passagem de Ano) a convite do Artista Brasileiro “Chico César”. 2000- Depois de uma longa pausa bem aproveitada, para compor e amadurecer canções, Dany edita novo CD “Tradiçon”, produzido por Rui Veloso e com participações especiais de Carlos do Carmo, Sara Tavares e “African Voices” com etiqueta Universal/Polygram. Continua a apresentar-se ao vivo tendo como ponto alto da época o espectáculo da “Festa do Avante!”. 2004 – Sempre muito solicitado Dany Silva e a sua banda continuam a apresentar o seu espectáculo um pouco por todo o pais agitando e animando todo o seu público. Neste ultimo ano e meio, Dany assumiu o compromisso de fazer um renascimento discográfico! Iniciou uma parceria com o produtor norte americano Barry Marshall (LaVern Baker, Peter Wolf, Philip Hamilton)que resultou em dois novos álbuns gravados nos Estados Unidos (Boston, e em Portugal nos Estudios de Rui Veloso, em Vale de Lobos. O primeiro intitula-se Caminho Longi, um conjunto de novas musicas Cabo Vendeanas, com arranjos e letras do próprio Dany e um remake do seu grande êxito, Mama Africa, onde pôde contar com um convidado especial nas vozes o cantor americano Philip Hamilton. Em Caminho Longi, Dany pode mostrar com as suas novas musicas os ritmos e emoções da coladeira, morna, funaná e até mesmo Blues. O Segundo Album é uma colectânea dos seus principais hits com novos arranjos e conta com as performances de Artistas lendários tanto de Cabo Verde como de Portugal, como por exemplo os duetos com: Paulo de Carvalho (“Poema da Farra”) Tito Paris (Nha Mudjer”)e Rui Veloso(“Lua”). São muitas e boas razões para que estes álbuns sejam considerados pela World Music dos melhores. Quem sabe um deles não venha também a ser um dos seus preferidos!
Celina Pereira
A cantora Celina Pereira fala da tradição, da cultura, da música dos hábitos da terra que lhe viu nascer: Cabo Verde. Em Portugal onde reside há 34 anos, recria as tradições antigas da sua terra, reinventando histórias para adultos e crianças. Na sua opinião "esta é uma tradição que se estava a perder que é preciso preservar". Em termos musicais considera que "perderam-se muitos géneros de que neste momento já só há memória em termos pontuais". É o caso da galope que é um ritmo de que neste momento não se conhece e o seu conteúdo, embora se saiba qual é o seu ritmo. A contradança, outra forma musical, de origem bretã, que junta música, dança e canto corre também o risco de desaparecer por completo se não for preservada. Esta forma musical só é praticada na ilha de S. Antão. O novo trabalho de Celina Pereira a ser lançado em Portugal trata-se de um album-livro ilustrado, acompanhado de um CD. Foi pensado para ser utilizado na área da educação intercultural, onde a cantora e contadora de história está ligada fazendo parte do projecto intercultural em várias escolas onde estudam muitas crianças de origem africana. Ela não está apenas preocupada com os alunos provenientes ou de origem cabo verdiana. O livro álbum contém textos da sua autoria e a adaptação de dois contos de África, dos quais um é de Cabo Verde. Começa com histórias e termina com uma serenata. As cantigas são cantadas por crianças. A edição do álbum está a cargo de uma editora italiana e os contos foram ilustrados por uma italiana. Para além do lado lúdico do álbum, pode servir como guia de estudantes e educadores que queiram aprofundar alguns aspectos relacionados com a tradição oral de Cabo Verde. É uma grande perda para o património cultural de Cabo Verde e da humanidade se estas tradições não forem salvaguardadas. As recolhas de contos, das adivinhas e ditos populares foram iniciadas em Cabo Verde, tendo como a primeira fonte de informação a mãe. Depois acabou por estender a sua pesquisa vários países onde vivem e trabalham comunidades de Cabo Verde. Este trabalho começou por curiosidade, por sentir necessidade de conhecer melhor alguns aspectos da cultura das ilhas. Esta pesquisa tem possibilitado Celina Pereira viajar por alguns países europeus onde há uma grande preocupação sobre as tradições orais de outros países como é o caso da Alemanha, Estados Unidos da América onde esteve a convite dos professores do programa de educação bilingue. Para registar toda a informação que vai ouvindo usa um gravador de micro-cassetes para gravar os contos, as adivinhas populares, os ditos populares e as diversas músicas da tradição oral que correm o risco de se perderem com o passar do tempo. É uma grande perda para o património cultural de Cabo Verde e da humanidade se estas tradições não forem salvaguardadas. A mensagem tende a ser universal O seu primeiro trabalho de recuperação da memória das tradições orais foi reconhecido em Itália onde recebeu o seu primeiro prémio internacional, em 1991. Embora não seja antropóloga, a cantora considera ser esta vertente que lhe possibilita conhecer e divulgar melhor as origens das tradições orais de Cabo Verde que sempre a fascinaram e a fascinam. Celina Pereira está preocupada com o lado pedagógico e, ao mesmo tempo, pretende atingir um público mais vasto. Na opinião de Celina Pereira, "um contador de histórias não é só um narrador, tem de ser um actor." Para o efeito, tem de ter em conta que uma história engloba uma linguagem facial e gestual.