Ana Laíns

Olhar para a história de vida de Ana Laíns é olhar para uma história particular de intensa dedicação à música. Saber que para esta cantora nascida em Tomar há 30 anos, o primeiro passo na direcção de um palco aconteceu com apenas seis anos, num festival escolar da região, é perceber que há de facto, como garante quem sabe, que há coisas que já nascem com as pessoas.
A voz, a vontade de cantar e encantar, de projectar as canções, de recolher os aplausos é, certamente, uma delas. O percurso de Ana Laíns foi-se fazendo nos palcos possíveis – por vezes nos dos concursos que na televisão, na rádio ou em estruturas locais lhe davam a hipótese de fazer a única coisa que procurava – cantar! Mas em 1999, quando se sagrou vencedora da Grande Noite do Fado, em Lisboa, já era impossível esconder que havia uma razão para esta voz ficar sempre na dianteira em tantas iniciativas do género.
Para trás ficavam pequenos marcos de uma grande viagem: como ter integrado o grupo de cantares tradicionais Cegarrega, de Constância, com apenas 13 anos ou ter interpretado o seu primeiro fado, ao lado do fadista João Chora, dois anos depois, por insistência do seu pai. Claro que é natural recolher o apoio dos progenitores, mas as dúvidas caem quando é gente como Fernando de Almeida (Rádio Renascença) ou Alexandra (fadista) que lhe dedica elogios e aplausos incondicionais. Esses aplausos, claro, são sempre o combustível do sonho e tudo justifica o realizar desse sonho.
No caso de Ana Laíns foi o salto para a grande cidade e o trabalho de ocasião, para alimentar a vontade de cantar. Depois da Grande Noite do fado, o maestro José Cabeleira convida-a para cantar no Casino do Estoril. E outras portas de outros casinos se abriram: Figueira da Foz, Espinho e Póvoa do Varzim têm todos a oportunidade de testemunhar a sua profunda entrega nos mais diversos registos: em musicais como «Chicago» ou «Toujours Can Can», ou em pequenos combos de jazz e bossa nova e até à frente de big bands. Levar a sua voz a passear por tão diferentes paisagens deu-lhe experiência, sabedoria, inteligência e, claro, uma vontade sempre renovada de voltar a “casa” – ou seja, ao fado e à música tradicional portuguesa. Na bagagem de todas essas viagens estava o piano, o versátil instrumento a que Sinatra se encostava e onde Amália ouvia sempre as novas criações de Alain Oulman: «O piano tem estado sempre presente na minha vida desde o momento que me vi obrigada a cantar tantos géneros, que acabaram por se tornar em experiências muito construtivas, elucidativas e enriquecedoras da minha cultura musical. Porque cantei muito acompanhada apenas de um piano, era a verdadeira cantora de piano-bar. Mas a música portuguesa sempre foi a maior paixão, o Fado, a música tradicional e os seus “afluentes” nunca deixaram de estar presentes na minha carreira, e adoro a liberdade de poder cantá-los acompanhada apenas pelo piano.”

Actuação
data: 
Domingo, 5
hora: 
19:00
Palco: 
Auditório 1.º de Maio
myspace: 
http://www.myspace.com/analains
foto: 
video: 
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