Expensive Soul & Jaguar Band
Diferentes desde o 1º dia! Esta tem sido uma das características dos Expensive Soul. A diferença assume-se não só na música que criam, mas também na atitude que dedicam ao que fazem. A estreia, por exemplo, foi ao contrário do que é normal em Portugal. O disco “B.I.” viu a luz do dia no circuito independente da auto-edição e caminhou sozinho, conquistando os “media” mais exigentes (incluído na lista dos 30 melhores discos portugueses do ano pelo Blitz e pela Antena 3); ou seja, já era um sucesso quando foi albergado no catálogo de uma editora instituída como a EMI. Para trás ficavam 5 anos de trabalho em que 2 amigos de escola resolveram transformar a sua paixão por música… em música. New Max e Demo acabaram por pôr Leça da Palmeira no mapa musical português e focar os olhos e ouvidos de uma inteira nação musical nesta freguesia do concelho de Matosinhos, de onde mais tarde viriam a sair os Mundo Secreto e os Souls On Fire.
1999-2004
As primeiras “demo tapes” surgiram em 1999 e uma delas recebeu apoio massivo do rádio-guru português do “hip-hop”, José Mariño. Vencedor de um concurso de talentos lançado pelo realizador da Antena 3 no seu programa de domingo à noite, o duo foi convidado a abrir uma digressão de Kika Santos, a ex-Blackout e Loopless. Na altura os Expensive Soul levavam as bases instrumentais num Mini Disc ou em discos e foi aqui que Demo e New Max sentiram a força e a diferença que uma banda suporte podia fazer ao projecto. Ao novo “hip-hop” rimado em português queriam juntar as influências que fizeram da música a sua maior paixão: “soul”, “funk”, “rythm’n’blues” e “reggae”. E para fazê-lo, tinham de ser totalmente orgânicos.
Uma banda completa com baixo, bateria, coros, guitarras e teclas ganha forma na Jaguar Band que regista o álbum de estreia no estúdio caseiro de New Max com gravação, produção e masterização do próprio. “B.I.” sai em Março de 2004 numa etiqueta criada pelo próprio New Max e o single de avanço, “Quando Dizes Ho”, impacta imediatamente os programas de “hip-hop” das principais rádios, seguindo o percurso iniciado com a divulgação de José Mariño. Mas seria a tonalidade “reggae” de “Eu Não Sei” que quebraria todas as barreiras e faria saltar os Expensive Soul para o “mainstream”, com o sucesso conseguido da forma mais “indie” possível num meio dominado pelas grandes editoras. A sincronização do tema no êxito televisivo “Morangos Com Açúcar” terá sido uma das chaves de abertura para um ano em cheio, coroado a 7 de Dezembro com a actuação no MTV Live/Sapo Soundbits, ao lado dos consagrados Blasted Mechanism e Da Weasel. E o facto de – juntamente com os Da Weasel - serem dos poucos grupos de matriz “hip-hop” a actuar com banda ao vivo, deixa a sua marca.
2005-2009
Transformados em “case study” os Expensive Soul são alvo de uma saudável disputa entre as principais editoras e a vencedora reedita o disco em 2005 com alguns extras, entre os quais uma nova versão de “Hoo Girl” com a participação de Virgul dos Da Weasel.
Todo o ano de 2005 é passado na consolidação do novo estatuto de artista de 1ª linha da música portuguesa, com concertos de norte a sul do país, extensa actividade de promoção, actuações nos grandes festivais portugueses como Super Bock Super Rock e Sudoeste e novo convite da MTV, desta vez para o evento que antecede os “Europe Video Awards”. E na noite de 29 de Outubro os Expensive Soul actuam no Parque das Nações, ao lado de Boss AC e Sam The Kid entre outros, reafirmando a certeza de uma corrente “hip-hop” portuguesa e a cantar em português.
Em 2006 New Max é convidado a coordenar e produzir o projecto “GNR Revistados 25/6” que, mais do que uma homenagem aos GNR, se transforma numa renovação dos clássicos da banda do Porto em tonalidades “hip-hop”, “soul” e “reggae”. Além de reafirmar os Expensive Soul como um talento duradouro e New Max como um produtor que domina na perfeição as texturas tanto contemporâneas como “vintage” da música negra, o disco tira do circuito “underground” nomes como Xeg, NBC e outros. O sucesso do projecto leva-o a saltar para a estrada sempre com a Jaguar band como banda suporte de todos os intervenientes, destacando-se a sua passagem pelo Festival Sudoeste. Mas Demo, New Max e a Jaguar Band já trabalhavam no 2º álbum de originais dos Expensive Soul, que sairia ainda no mesmo ano. “Alma Cara” recebe o aplauso generalizado dos “media”, confirma os Expensive Soul como um dos projectos mais frescos e inovadores da nova música portuguesa e vale-lhes uma nomeação MTV na categoria “Best Portuguese Act” dos “European Music Awards”. Logo no 1º tema, “Intro”, sobre uma cama “acid jazz/soul”, a voz do radialista Álvaro Costa define a “onda” Expensive Soul. Mas se os discos são verdadeiras celebrações de exuberância e alegria, ao vivo as canções excedem-se e colocam o grupo junto do que de melhor se faz no mundo, valendo-lhes novos concertos de norte a sul do país, o convite da Cidade FM para abrirem o festival “Move Ya Body” no Pavilhão Atlântico (encabeçado por Rihanna e pelas Pussycat Dolls) e a estreia no Hot Stage do Rock In Rio Lisboa, onde causam tal impacto que voltam em
2008 e 2010.
Em 2007 o ciclo de actividade à volta do 2º álbum “Alma Cara” continua com os Expensive Soul e a Jaguar Band a pisar os palcos de todos o país, incluindo várias Queimas da Fitas, festivais como o Creamfields, o Live Earth no Pavilhão Atlântico, o Festival dos Oceanos na Praça do Comércio ou os Concertos-Flash da Vodafone. New Max reforça a sua posição de nome de proa da música portuguesa colaborando e/ou produzindo criações de artistas como Atiba, Fidbeck, Mundo Complexo, NBC, Puzzle, T-Jay, The Bombazines e Xeg. Até veteranos como Rui Reininho, Trabalhadores do Comércio ou Vozes da Rádio pedem os seus préstimos. E apesar de Demo também ter uma agenda sobrecarregada como DJ e MC, em 2007 os Expensive Soul ainda encontram tempo para gravar um tema com Bianca para a versão portuguesa do filme “High School Musical 2” da Disney. “Eu Não Danço” é rapidamente um sucesso junto dos adolescentes e “tweenies”, garantindo a um grupo ainda jovem uma constante renovação de fãs e provando-o descomplexado e comprometido apenas com a qualidade e energia que coloca no que cria. Muito trabalho, portanto, é outra das características dos Expensive Soul. Desde 2006 que passam horas no estúdio, na sala de ensaios e na estrada e 2008 não foi diferente mas entre concertos pelo país inteiro (incluindo as segundas passagens pela Queima das Fitas do Porto e pelo Rock In Rio Lisboa), Demo e New Max intervalam a actividade em grupo com momentos de maior introspecção e descoberta interior, um percurso natural de amadurecimento como seres humanos e artistas criativos.
Musicalmente assumem cada vez mais a “soul” e o “r’n’b” como os seus géneros de eleição. Para Demo decididamente, Motown, Marvin Gaye, Ray Charles, a nova “soul” de Bilal e D’Angelo, o “hip-hop” de Common e Mos Deff. New Max vai principalmente aos anos 60 e 70, busca nos 80 o clima de celebração, mas também vai aos 90 beber no “grunge”. A sua presença na Festa do Avante! no ano passado foi mais um ponto alto da sua carreira. Espera-se para este ano um espectáculo de consagração a que a Festa já nos habituou.