4uatro Sul
Convidados: Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e Rui Júnior
Quatro músicos e cantores com diversas experiências vividas no seio dos instrumentos e cantos tradicionais, juntam-se num projecto musical em que a austeridade e o rigor são ferramentas fundamentais de trabalho. Tendo como ponto de partida comum a paixão pelo cante alentejano e a vontade de recrear sem preconceitos «modas» cuja beleza parece realçá-las do repertório mais habitual dos coros alentejanos, os 4uatro ao Sul querem alcançar mais longe. Lançaram-se na procura de músicas de outros povos do sul da Europa, onde as influências de uma forte importância da música religiosa, em tempos idos, nos faz encontrar raízes comuns nas mais inesperadas paragens. Tal como a sua música, os concertos dos 4uatro ao Sul não têm artifícios. Procuram-se bons ambientes, boas acústicas, espaços onde a espiritualidade e a alegria possam conviver e ser partilhadas por grupo e espectadores/ouvintes em comunhão.
«No início era o Verbo... Ou a melodia? E a palavra nasce do cante, ou é o cante que ganha asas e faz
nascer as palavras? As Vozes que dão corpo a estes textos cantados são reveladoras do sentir, transportam poemas dando‐lhes suporte emocional e expressivo. Como se tudo se tivesse de fazer de novo, reinventando num ciclo interminável o desejo de mudança, a procura do amor, a certeza dos afectos, a memória dos lugares e dos Deuses. Para que esta liturgia se cumpra há que cuidar dos estilos, encontrar a colocação vocal adequada a cada canção, trabalhar muito até se chegar a uma "escrita no tempo" celebrada de cada vez que se canta. E ouvir, experimentar e recriar o que noutros lugares cristalizou em modos de cantar. Porque só quando sabemos ouvir os outros somos capazes de nos entender a nós mesmos.»
Domingos Morais - IELT/FCSH UNL ‐ Instituto de Estudos de Literatura Tradicional - (Março de 2011)
Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa
Fundado em 1928, com a designação de “Rancho Coral de Serpa”, ingressou em 1950 na Casa do Povo, passando a fazer parte da secção cultural deste Organismo com a denominação de “Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa”. O seu principal objectivo é a divulgação do folclore Alentejano e servir da melhor maneira o folclore Nacional.
Entre as muitas actuações em festivais através do País, destacamos as seguintes:
1º Prémio dos Cantares Alentejanos, em concurso realizado no Pavilhão dos Desportos e organizado pela Casa do Alentejo;
1º Prémio de Cantares e Trajos, no concurso regional de 1949;
Festa do Cante, em Beja, em 2004 - O Grupo foi o vencedor do Concurso de Cantares Alentejanos – Festa do Cante, realizado em Beja, no dia 3 de Julho, tendo conquistado o primeiro lugar nas categorias de traje – ex-aequo com o Grupo “Cantares de Évora” – e de canto, com as modas «Na rama do alecrim» e «Alentejo, Alentejo», entre 19 representantes de todo o Alentejo e da região da Grande Lisboa. Foi uma iniciativa da Associação para a Defesa do Património de Beja, Câmara Municipal de Beja, Região de Turismo Planície Dourada e MODA – Associação do Cante Alentejano.
O Grupo apresenta-se regularmente em todo o País, salientando-se, exibições no Casino do Estoril, Palácio das Necessidades, Castelo de S. Jorge, Porto, Guimarães, Sintra, Évora, Coimbra, Santarém, Cascais, Portalegre, Faro, Setúbal, Viseu, etc.
O Grupo participou também nos filmes “Rapsódia Portuguesa”, “Alentejo não tem Sombras” e no documentário “O Mundo a Cantar” filmado em Serpa, Londres e no País de Gales. Filmou também em programas para a Televisão Alemã.
O Grupo Coral Etnográfico da Casa do Povo de Serpa tem vários discos gravados, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Especial do Festival Internacional de Folclore de Matosinhos, pela originalidade das suas interpretações. O último trabalho do Grupo foi um CD intitulado “Serpa de Guadalupe” que se encontra esgotado. Também recentemente gravou de parceria para várias empresas discográficas.
Das muitas participações do Grupo em Festivais e Exposições destacam-se:
• 1998 – Expo 98 – Lisboa;
• 2000 – Expo 2000 – Hannover/Alemanha;
• Festival Internacional de Llangollen/País de Gales tendo gravado para a BBC e Rádio Baviera;
• Festival Internacional de Tunas – Aula Magna/Lisboa;
• Festival Internacional de Folclore – Matosinhos.
Ultimamente o Grupo tem actuado em numerosos festivais nacionais de Folclore. Sob o ponto de vista etnográfico, este Grupo apresenta a maioria dos trajos regionais do Baixo Alentejo (margem esquerda do Guadiana), usados pelas gentes do campo até à década de cinquenta