Molière | Hélder Costa

Encenação: Hélder Costa

Cenografia e Figurinos: Maria do Céu Guerra

Elenco: Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto, Adérito Lopes, Carolina Parreira, Ruben Garcia, Samuel Moura, Sérgio Moras, Sónia Barradas, Teresa Mello Sampayo, Tiago Barbosa

“Não há nenhum pecado se pecar em silêncio” (Tartufo, IV, 5)

Ou seja, podes ser falso e corrupto mas não sejas estúpido.

“Tartufo”, uma das comédias mais célebres de Molière, beneficiou do apoio do Poder.

Na verdade, o Rei Luís XIV apoiou o trabalho do autor porque estava farto de um grupo de beatos, o “Partido dos Devotos”, que influenciavam a Rainha-Mãe. Aliás, sem o apoio do Rei, Molière nunca a poderia escrever pois já estava no Índex da Universidade de Paris. Apesar desse apoio Molière não teve vida fácil. Começou por representar a obra com o título de “Panulfo, ou o Impostor”, proibida após a primeira apresentação. O Arcebispo de Paris, ameaça com a excomunhão todo aquele que represente ou assista a tal obra, que acusa de ser um violento ataque à religião. Seguiu-se um acordo e uns anos mais tarde Molière conseguiu finalmente representar a sua peça com o título original de Tartufo. Mas, afinal, que perigos cívicos e morais continha essa peça?

Molière utilizava a linguagem cómica, abordando com mordacidade as relações humanas que envolvem a religião, o poder e a ascensão social.

Os temas da obra são Universais e intemporais.

A manipulação dos valores e sentimentos, a falência de uma ética e moral necessárias para a solidez do tecido social, tornam este texto de uma actualidade radical.

E como consideramos que o núcleo principal da obra se situa indiscutivelmente no contraste/cumplicidade entre a hipocrisia e a credulidade, Tartufo é uma peça exemplarmente Universal para os tempos actuais.

 

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