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Gravura em destaque

A gravura estará este ano em destaque no Espaço das Artes Plásticas da Festa do Avante!, situado no coração do Espaço Central, que este ano se localiza junto à nova entrada, no terreno da Quinta do Cabo. Com esta exposição, intitulada Gravura Hoje! pretende-se destacar esta que é uma disciplina artística importante e um relevante factor de democratização da arte, ao permitir a produção de múltiplos.

A gravura foi, porventura, a forma primordial de o Homem registar a sua presença através da expressão artística e ao longo dos séculos foram muitos os artistas famosos que também se destacaram como notáveis gravadores. Goya, Dürer ou Van Dyck são apenas alguns dos mais conhecidos. Em Portugal, os pintores Júlio Pomar, Vieira da Silva ou Julião Sarmento notabilizaram-se igualmente no domínio da gravura.

Mas como o próprio nome indica, a exposição representará as tendências actuais da gravura através de oito dezenas de obras de 44 gravadoras, nas principais técnicas – ponta seca, água-tinta e água-forte – e em diferentes suportes das matrizes, como chapas de aço, cobre ou latão. A serigrafia ocupará igualmente um lugar destacado. Como sucedeu em todas as disciplinas artísticas, também a gravura viu esbaterem-se muitas das fronteiras que a apartavam das restantes expressões, não perdendo porém as suas especificidades e características próprias. Hoje, a gravura é utilizada tanto como base para intervenções posteriores como é impressa sobre fundos tão variados como pinturas ou fotografias.

Cenas do Século XX

No Espaço das Artes Plásticas estará patente uma segunda exposição, composta por 22 desenhos da autoria do consagrado arquitecto Francisco da Silva Dias. Intitulada «Cenas do Século XX – Memórias de uma Cidade», a mostra apresenta uma visão sobre factos e figuras da cidade de Lisboa no início dos anos 60 do século XX, quando o autor era um jovem bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Nesta exposição, é a vertente de cidadão atento e interveniente do arquitecto que sobressai, muito embora a sua profissão esteja sempre presente. Os desenhos que a compõem retratam cenas, factos e figuras da capital nessa década marcada pela opressão fascista e pelo ascenso da luta da classe operária e das massas populares.

A exposição cedida pela Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea de Almada é uma oportunidade para conhecer melhor um dos mais prestigiados arquitectos portugueses e, por intermédio da sua obra, a Lisboa popular e operária do início da década de 60.

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